Extensão universitária enquanto democratização do ensino de línguas menos divulgadas: projeto “Línguas na USP/Línguas da USP”

  • Milan Puh
  • 28-04-2021
  • (0) Seja o primeiro a gostar disso!

Extensão universitária enquanto democratização do ensino de línguas menos divulgadas: projeto “Línguas na USP/Línguas da USP”

 

Coordenador:
prof. Milan Puh, docente Faculdade da Educação/USP

Integrantes do projeto:
Laís Vitória Favaro, aluna do curso de português/coreano
Pedro Henrique Camargo Freire, aluno do curso de português/linguística

Resumo:
Este projeto de extensão visa mapear e potencializar as línguas que são faladas na USP pelo corpo docente e discente, bem como os falantes de línguas menos presentes no cenário linguístico da universidade, mas que residem no município e zona metropolitana. Além do mapeamento, serão criadas e promovidas atividades de ensino-aprendizagem com experiências linguísticas e culturais múltiplas. O ponto de partida epistemológico é o da chamada “virada político-linguística” (OLIVEIRA, 2007) com foco nos falantes e do “desocultamento” étnico e linguístico (CAMARGO e PUH, 2020). Pretende-se, portanto, atuar em duas frentes, como indica o título: a) localizar as línguas faladas na USP e torná-las mais presentes, atraindo a comunidade externa e b) localizar línguas faladas no município e na zona metropolitana de São Paulo e trazê-las para dentro da Universidade. Assim, a Universidade teria um contato mais estreito com a comunidade interna e externa, que também poderá ter acesso e conhecer a USP em uma posição mais ativa, atraindo novos públicos e valorizando o potencial dos seus recursos humanos, especialmente no âmbito da internacionalização, quer pela migração, quer pela mobilidade acadêmica.

Introdução:

A proposta e os primeiros resultados apresentados aqui, enquanto projeto institucional do Programa Unificado de Bolsas (PUB) da Universidade de São Paulo no ano de 2020, nascem da percepção do pouco conhecimento de perfil linguístico que se tem das instituições de ensino superior, ao que igualmente pode se acrescentar a lacunar compreensão da constituição e situação linguística dos municípios e estados brasileiros, como aponta Seiffert (2014) em seu estudo. Consideramos que, por conta desse relativo desconhecimento do seu caráter linguístico, o poder público, junto com o sistema escolar, não dispõe de todos os dados necessários para gerenciar e promover a pluralidade linguística tão inerente ao Brasil, independente da época. Esse assunto, novamente, ganha relevância no momento em que as instituições de ensino superior começam a internacionalizar-se, com os projetos de mobilidade e a recepção de alunos estrangeiros ingressantes nos seus cursos de graduação e pós-graduação. Além dessa questão de mobilidade acadêmica, é preciso comentar um crescente número de imigrantes provindos cada vez mais de diferentes lugares do mundo, enriquecendo o território brasileiro com suas línguas e culturas. Assim, falar da presença linguística múltipla nestes espaços também significa falar de mobilidade e migração, temáticas as quais, pode se dizer, são de interesse mundial na atualidade, porém ainda em vias de serem entendidas e tratadas com mais ênfase no Brasil.

O projeto também foi pensadoa partir das pesquisas realizadas no período doutoral (PUH, 2017) e pós-doutoral (PUH, 2018) do docente coordenador e dos resultados do seu trabalho com os futuros profissionais de diversas línguas: alemão, armênio, árabe, coreano, chinês, grego, hebraico, japonês, latim e russo, enquanto professor responsável pelas Metodologias de ensino destas na licenciatura na Faculdade de Educação. Nas mencionadas disciplinas, estuda-se a realidade nacional e as experiências locais com o objetivo de analisar e teorizar sobre a área de Linguística Aplicada e ensino de línguas no Brasil e, especificamente, em São Paulo, levando em consideração criticamente o que indicam a legislação municipal, estadual e federal nas suas políticas para migrantes, bem como aquela mais voltada para o ensino de língua (BNCC, currículos estadual e municipal de São Paulo e os PCNs para língua estrangeira).

Portanto, os fundamentos deste projeto partem da condição multicultural e multilíngue da maioria das sociedades, especialmente válido no Brasil, um fato já reconhecido amplamente em diversos setores da sociedade brasileira. No entanto, não entendemos o prefixo multi apenas como uma evidência, mas igualmente como uma possibilidade de iniciar um processo de ampliação de perspectivas e espaços em que a sua “multiplicidade” apareça. Esta é a nossa base de atuação, visando maior inclusão social das diferenças e diversidades, através do uso de mapeamentos e, a partir deles, da elaboração de ações educativas que criem situações de ensino-aprendizagem de línguas e culturas menos divulgadas. Dentro desta perspectiva, podemos apontar para o contexto em que se insere o processo intensificado de internacionalização do ensino superior, caracterizado pelo aumento nos investimentos e na importância dada às produções e articulações no contexto internacional.

Pensando mais especificamente na educação de qualidade, tal qual propõe a ONU nos seus objetivos de desenvolvimento sustentável, a nossa preocupação é ampliar as perspectivas de abordagem e análise da ação educativa, que integrará elementos tanto da educação formal como da não-formal, propondo neste projeto uma articulação com o nível de ensino e pesquisa, pois o projeto se propõe a buscar e localizar os falantes das línguas, criar atividades educativas, seguindo os preceitos de uma metodologia, baseada epistemologicamente na “virada político-linguística”, anunciada por Oliveira (2007) ao falar do movimento em que os linguistas, isto é, estudiosos da linguagem se colocam a trabalhar junto com os falantes das línguas, apoiando-os tecnicamente na concretização de objetivos definidos na interação entre os dois. Somos de opinião de que esse tipo de troca trará benefícios em diversos aspectos, tanto para a formação do corpo docente e discente local, que poderá entrar em contato e conhecer falantes de diferentes línguas, quanto no caso dos acadêmicos em mobilidade – que no processo de internacionalização da USP estão cada vez mais presentes –, diversificando o seu cenário linguístico. A comunidade externa a este espaço será duplamente favorecida, pois terá a oportunidade de construir conhecimentos conjuntamente com os coministrantes das atividades (os bolsistas e ministrantes convidados), mas, também, a oportunidade de poder adentrar a Universidade de São Paulo e realizar atividades de ensino-aprendizagem de sua língua, uma vez que o projeto pretende mapear falantes de línguas não hegemônicas (PUH, 2020) - as que ainda não estão institucionalmente presentes na USP ou não contam com cursos estabelecidos.

A Universidade nesse caso, apesar de assumir uma posição descentralizada com relação à produção de conhecimento, é dotada de centralidade enquanto local nesse processo. Ela é o nosso ponto de partida e chegada, em um movimento de recepção e promoção ativa necessária, para um funcionamento linguístico e cultural mais sustentável e transformador. O projeto também dialoga com diversas temáticas dos programas USP-Comunidades da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), tais como: cooperativismo e desenvolvimento comunitário, diversidade e valorização de talentos. A renovada capacidade orientada e estruturada de trabalhar com diversas comunidades internas e externas inevitavelmente resultará em novas parcerias e promoverá novos conhecimentos sobre como concretizar preceitos cooperativistas de solidariedade e colaboração no âmbito de ensino-aprendizagem de línguas e culturas. E, sem dúvida, quanto mais evidente ficar que a Universidade é um espaço de grande diversidade, desocultando a complexidade étnico-linguística (Camargo e Puh, 2020), mais e melhor atrairá indivíduos e coletivos para dentro dos seus territórios. E por fim, a valorização de seus talentos se dará em algo muito próximo que são as línguas das suas comunidades, e que em muitas áreas e situações passam despercebidas, deixando de serem mobilizadas e potencializadas. Nesse contexto, este projeto se valerá necessariamente de projetos prévios, como o “Projeto USP Diversidade Mapeada” e outros já realizados pela PRCEU, junto com a experiência dos Minicursos de línguas da própria Faculdade de Educação.

Encerrando as considerações introdutórias, trata-se de uma proposta que visa ampliar as possibilidades de internacionalização da universidade brasileira, aproveitando o seu capital social e cultural. E ao mesmo tempo, é um projeto que olha para as experiências pessoais e para o potencial que uma sociedade transnacional, como é a brasileira, pode constituir, ajudando a modificar e encaminhar os processos de migração para uma maior valorização de vidas humanas. Nesse sentido seus objetivos específicos são:

  1. realizar um mapeamento do cenário linguístico da Universidade de São Paulo com as indicações de indivíduos e coletivos onde línguas menos divulgadas estão presentes;
  2. criar atividades de ensino-aprendizagem para promover as línguas faladas na e fora da USP;
  3. divulgar as atividades da Universidade a partir de publicações, participações e criações de eventos, bem como propor ações que potencializarão mais ainda as atividades de internacionalização e de inclusão da comunidade externa.

Considerações teórico-metodológicas do projeto

Pelo fato de ser um projeto que visa não somente compreender, mas também incidir no processo de internacionalização (tanto pela migração quanto pela mobilização) que se concretiza em uma universidade e cidade específicas, faz-se necessário esclarecer melhor a divisão das suas funções, bem como o arcabouço conceitual a partir do qual se deu a sua constituição.

Em termos de método utilizado para realizar este projeto, podemos dividi-lo em duas  abordagens: reflexiva e propositiva, considerando-as como características não excludentes, porém prevalecentes em determinadas etapas. Aqui os objetivos se transformam em duas etapas com abordagem metodológica diferente: a primeira que será mais reflexiva, pois exige um levantamento de experiências prévias realizadas em outros ambientes, em conjunto com uma reflexão sobre a efetivação de um mapeamento e o processo da constituição de um banco de dados dos falantes da comunidade interna e externa e as suas disponibilidades/capacidades de participar em atividades de ensino-aprendizagem de línguas. Já a segunda mais propositiva trabalhará com preparação e realização destas atividades por meio de alguns eventos presenciais e/ou remotos, em que a comunidade USP e aquela externa poderão aprender sobre línguas que se falam na USP e em São Paulo. Uma parte importante para o projeto é estabelecer parcerias com instâncias e órgãos que se responsabilizam pela internacionalização da universidade, como a “Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional” (AUCANI), Secretaria Municipal de Direitos Humanos e de Educação em São Paulo, Organizações Não-Governamentais e Associações de Comunidades de Imigrantes na cidade e seu entorno, procurando dialogar também com outras instituições e projetos que tenham propostas semelhantes. As etapas desenvolvidas em cada uma dessas abordagens envolvem: a) levantamento bibliográfico com atenção especial para as metodologias de promoção de uma educação voltada para questões migratórias e/ou de mobilidade; b) estudo exploratório das experiências prévias; c) a preparação de instrumentos (questionários e formulários) para o mapeamento; d) realização de encontros de orientação com os potenciais coministrantes das atividades educativas; e e) realização das oficinas educativas sobre as línguas e f) produção de relatório final com os novos instrumentos de definição de perfil linguístico e resultados das oficinas de ensino-aprendizagem sobre e nas línguas localizadas.

Para sustentar e descrever melhor os métodos de abordagem, cabe delinearmos teoricamente o projeto que se baseia em algumas contribuições conceituais, tais como: internacionalização; translinguagem e pós-monolinguismo; mercado e capital linguístico e  economia das línguas.

A internacionalização é um conceito fundamental para este projeto, uma vez que, como apresentamos inicialmente, ajuda a entender os processos de migração e mobilização em contexto universitário e municipal, porém trata-se de um conceito complexo a se trabalhar. Isso se deve a uma falsa percepção de que há um consenso sobre o que seria esse processo, algo que acontece em outros casos, por exemplo, com o conceito de globalização que parece comportar somente um direcionamento que reforça o lugar de centralidade dos países do chamado Norte ou Ocidente hegemônico. As relações inter, isto é, entre nações não se deve, nem pode, somente a uma relação desigual Norte-Sul ou Ocidente-Oriente em que os países não centrais emitem e os centrais recebem pessoas em condição de mobilidade (acadêmica) ou migração (econômico-política), e portanto, exige que nos coloquemos a reinventar os nossos conceitos. Nesse bojo foram definidas mais recentemente diferentes acepções do que seria a internacionalização, existindo assim: re-internacionalização, pós-internacionalização, internacionalização globalizada, internacionalização abrangente, internacionalização inteligente, o que um necessário dissenso sobre como ela funciona e como pode ser descrita, porém sobre a qual não entraremos em maiores detalhes no momento[1].

No nosso caso, uma outra concepção de internacionalização baseia o nosso trabalho, a da internacionalização pelas relações migratórias da comunidade local, estipulado durante o estágio pós-doutoral de Puh (2018) e socializada no trabalho de Krause-Lemke e Puh (2021) em que analisamos o cenário linguístico local das comunidades que são atendidas pela universidade por meio da análise da produção acadêmica que contempla essa realidade. Assim, o caminho da internacionalização pode se reestruturar para que irradie da realidade local em direção ao mundo, já que o espaço onde a universidade se encontra é considerado como internacional pelo seu caráter migratório. Nesse sentido, o estabelecimento de contato e de colaboração não é feito somente a partir de uma demanda externa ou articulações pontuais de acordo com os objetivos que não atendem ou levem em consideração o patrimônio cultural local. E o mais importante, esse tipo de internacionalização, a qual neste projeto estamos expandindo para além da produção acadêmica na pós-graduação, indica uma atitude mais ativa das instituições no que se refere ao processo todo. Ela se diferencia daquela passiva porque define uma política mais clara que combina com o perfil linguístico da instituição e do seu ambiente regional.

E nesse contexto também cabe comentar a percepção do que seria língua ou linguagem, uma vez que o projeto propõe a constituição de atividades educativas que poderão oferecer meios para superar determinados sensos comuns presentes nas universidades e nas cidades com relação às línguas que “valem a pena” estudar. Primeiramente estamos pensando no conceito de translinguagem, partindo de autores como Pereira; Silva e Guimarães (2020, p.205) indica: “uma filosofia, um ato político e ideológico, que convida os indivíduos a exercerem seu pensamento crítico”, promovendo a inclusão de diferentes agentes no processo de estudo e uso da e pela linguagem que cria espaços nos quais sentidos são construídos negociando diferenças e binarismos, algo cada vez mais presente em estudos da Linguística Aplicada. Isso nos parece especialmente válido quando se pensa no ensino que está inserido em situação migratória ou de mobilidade, tais como são a Universidade de São Paulo e a cidade de São Paulo. Pensamos que uma condição transnacional também exige uma educação translíngue crítica que estimulará aos falantes a desconstruir os discursos hegemônicos e repensarem contextos multiculturais. As atividades educativas realizadas no projeto partem dessa visão no sentido de inserir a comunidade universitária e a população geral em uma proposta com várias línguas presentes, reforçando o argumento de que ser humano é capaz de lidar com essa diversidade, tal qual fez durante toda a sua história até a invenção do estado-nacional e do monolinguismo (colonial), e posteriormente apesar dela. Aqui a discussão nos leva a uma nova perspectiva pós-monolíngue que consolida o fato de que o ser humano é visto como dotado de um repertório linguístico, capaz de produzir conhecimento, sendo que o uso de uma única língua pode resultar em um reducionismo, independente de qual for. Ou seja, para que tenhamos uma sociedade, e consequentemente uma universidade menos reducionista e excludente, é preciso reforçar o caráter plural em todos os espaços, oferecendo meios e instrumentos para que superemos o monolinguismo imposto de diversas maneiras.

Nesse contexto de busca pelas óticas que combatam o reducionismo linguístico aparece o conceito de Política Linguística, cunhado e usado com mais frequência a partir da metade do século XX (BIANCO, 2010).  Esse conceito propõe uma reflexão em todos os lugares em que há contato entre línguas e falantes, para perceber de que modo as relações de poder operam nesses ambientes. Já comentamos anteriormente, mas vale a pena retomar o fato de que partimos da ideia de que houve, ou ainda há de acontecer, uma “virada político-linguístíca” que privilegia um trabalho de parceria estratégica da universidade com a comunidade. Assim, tendo em vista a universidade como um espaço privilegiado para observar essas relações, uma vez que a produção e circulação de conhecimento perpassam por textos escritos e por métricas de avaliação, cunhou-se um termo específico para tratar sobre esse campo de estudo, a Política e Planejamento Linguístico na Ciência e na Educação Superior (PPLICES). Sendo assim, esse campo, que emerge das Políticas Linguísticas, tem como objetivo analisar as relações de poder entre língua e conhecimento no âmbito acadêmico. As análises bibliométricas, o modo como os rankings são elaborados e as línguas em que o conhecimento é produzido são pontos de reflexão e proposição para ponderar para quem e qual é o tipo de ciência produzida. Assim como o nosso trabalho, as Políticas Linguísticas de um modo geral e, por consequência, as PPLICES têm esse viés duplo: reflexivo, para levantar os questionamentos pertinentes e fazer o movimento de abordá-los de diferentes ângulos, e propositivo para incidir sobre a realidade através de uma política, ou postura, como é o caso do nosso projeto, em que a economia, o mercado e o capital linguísticos são temas para considerar.
            A existência de PPLICES pressupõe um mercado linguístico, e, dentro desse mercado, pode-se perceber, entre as várias línguas, uma que sobressai como mais prestigiosa para a produção científica (JESUS, 2018). Para a autora, o mercado linguístico é aquela espécie de espaço onde há convivência de línguas dentre as quais uma ou algumas têm maior legitimidade. Para o nosso propósito, a (in)visibilidade das línguas que ainda não são mapeadas dentro da comunidade USP e na grande São Paulo, não o são por motivos que versam com a existência desse mercado linguístico, que hierarquiza as línguas enquanto utilidade, prestígio e legitimidade, esquecendo-se da importância da diversidade e até do ganho econômico que se pode obter através das outras línguas que compõem esse sistema. Assim, o nosso objetivo de traçar o perfil linguístico da comunidade científica uspiana e da cidade e zona metropolitana de São Paulo é o primeiro passo para nomear os participantes desse amplo mercado linguístico, e as atividades de ensino-aprendizagem para trabalhar com as línguas, culturas e pessoas que não estão incluídas nesses lugares. Dessa forma,  ampliando e conhecendo, de fato, a condição multicultural que se afirma do Brasil, é possível pensar em estratégias que se contrapõem contra o apagamento de identidades e culturas, isto é, desocultando a sua existência.  
            Esse modo de observar as línguas enquanto produto imaterial em que se pode estabelecer um valor para cada uma, entendendo a comunidade de falantes como uma comunidade de consumidores, é fundamental para entender a economia das línguas na contemporaneidade. Nessa perspectiva, as línguas não estão sendo analisadas do ponto de vista formal ou sistemático como é estudado por grande parte dos estudos linguísticos, mas sim analisadas enquanto capital linguístico, enquanto patrimônio (i)material de uma comunidade ou nação. Assim, podemos circunscrever a produção e circulação científica dentro da economia das línguas, elegendo (ou não) capitais linguísticos específicos a serem explorados.

Com o crescimento das políticas de internacionalização surgiram também diversos Projetos de Cultura e Extensão nas Universidades voltados para o ensino de línguas consideradas não-tradicionais. Entretanto, as políticas de internacionalização não envolvem somente aspectos relacionados ao ensino de línguas, principalmente quando lidamos com imigrantes. Existem diversas ONGs, Coletivos e organizações religiosas que fazem trabalhos não relacionados ao ensino de línguas, mas sim acolhimento social, ensino de direitos humanos, auxílio jurídico, empregatício, cultural etc. Temos como exemplo, o Coletivo Centro Cultural Missão Imigrante[2], que busca junto a setores públicos oportunidades de bolsas de estudos, cursos profissionalizantes e oportunidades de emprego para a população migrante de São Paulo. Há também o Programa de Promoção dos Direitos de Migrantes[3], uma ONG gerenciada por alunos da Faculdade de Direito da USP, que ajudam os migrantes e refugiados com processos jurídicos e de documentação. A organização religiosa Missão Paz[4] acolhe, alimenta e orienta migrantes e refugiados nas dependências de suas paróquias localizadas em São Paulo. O grupo Veredas[5], que trabalha oferecendo apoio psicológico e tratamento para refugiados e migrantes em situação vulnerável. Além desses exemplos pontuais, existem também diversas ONGs e Centros Culturais que buscam promover através de atividades e festivais os aspectos culturais dos países de origem dessas populações, com música e dança tradicionais, culinária, cinema etc.

Voltando para o contexto universitário, uma iniciativa interessante é o coletivo fundado pelos estudantes de Relações Internacionais da USP, chamado “Educar para o Mundo[6]”, que também trabalha com a população de migrantes e refugiados de São Paulo. Buscou em primeiro momento ensinar o português como língua de acolhimento, mas no decorrer das atividades do coletivo, percebeu-se a necessidade de ir além dos moldes da educação tradicional, dando início ao desenvolvimento da divulgação e do ensino dos Direitos Humanos para os imigrantes e para as pessoas que têm contato com eles, como por exemplo assistentes sociais e trabalhadores da segurança pública. Tudo isso atuando também em conjunto com os poderes públicos para a elaboração de políticas públicas que trabalham em prol do imigrante.

Mapeamentos e perfil linguístico

Como parte essencial do projeto, os mapeamentos do perfil linguístico da Universidade e cidade de São Paulo representam um instrumento de identificação das pessoas que sejam falantes de outras línguas que não o português, dando uma atenção especial para aquelas línguas que não são institucionalmente consolidadas na USP por meio de cursos de graduação ou de extensão. Dividimos o mapeamento em duas frentes: interno, da Universidade de São Paulo, e externo, direcionado para a cidade de São Paulo.

O mapeamento interno, partindo de resultados obtidos pelo coordenador do projeto na realização nos projetos pós-doutorais “Produção acadêmica sobre línguas eslavas: mapeamentos, propostas e internacionalização” e “Educação, etnicidades e turismo: mapeamentos e análises” na Universidade do Centro-Oeste do Paraná, consiste em levantamento de três grupos de pessoas: a) corpo docente e discente de mobilidade acadêmica periódica (semestral, anual etc.); b) corpo discente (graduação e pós-graduação) matriculado regularmente nos cursos de graduação e pós-graduação e c) corpo docente enquanto profissional concursado, sempre levando em consideração os indivíduos que não nasceram no Brasil. Para isso foi necessário entrar em contato com diversas instâncias e órgãos da Universidade (Pró-reitorias de Graduação e Pós-graduação e Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional), bem como consultar os sistemas de gestão acadêmica.

A primeira etapa finalizada foi o levantamento dos convênios que a Universidade de São Paulo tem. Acessou-se o site da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI). São 72 países conveniados, com 1228 convênios[7]. O levantamento quantitativo das Instituições conveniadas foi separado por continente, estabelecendo-se, assim, um gráfico para comparar as regiões, como se pode ver abaixo:

Figura 1: número de países conveniados por continente[8]

Essa disposição nos mostra uma maior quantidade de convênios com a Europa, continente com que já estabelecemos, em termos de produção científica, uma relação mais explicitamente unilateral, sendo que a mobilidade acadêmica brasileira “exporta” muito mais estudantes do que importa desse continente. Relação semelhante ocorre entre Brasil e os outros países da América Latina, que “exportam” muitos estudantes para o Brasil, mas não recebem um contingente proporcional de estudantes.

Além do número de países em cada continente que estabelece convênio com a USP, observamos quantos convênios eram acordados por cada país e separamos da mesma forma. A figura abaixo mostra outro gráfico que amplia esse primeiro, mostrando a quantidade de convênios que, de fato, estão estabelecidos.

Figura 2: Divisão de convênio por continente

Para além dessa demonstração do caráter desigual que a internacionalização gera nesse contexto específico, aproveitou-se para procurar o potencial linguístico que ela também traz, identificando um perfil provisório de possíveis falantes de diversas línguas que a USP poderia receber com a mobilidade de discentes e docentes. Os critérios nesse levantamento mais quantitativo tiveram que ser aqueles ligados ao oficial, às línguas definidas como cooficiais nos seus respectivos países. Os primeiros resultados foram estes:

Tabela 1 - línguas oficiais e cooficiais dos países que tenham uma ou mais universidades com algum convênio com a USP

Mesmo sabendo que existem mais línguas em uso do que as reconhecidas como oficiais e cooficiais na maioria dos países, este levantamento já evidencia a diversidade das línguas presente nos convênios que a Universidade de São Paulo estabelece com as outras Instituições. Isso significa que esse gráfico pode ser, na realidade, um possível ambiente linguístico que ocorre ou já ocorreu, nos corredores, nos laboratórios, nos restaurantes universitários, em palestras e em salas de aula da USP. No entanto, a falta de um perfil linguístico adequado para os alunos de mobilidade acadêmica, assim como para os alunos que ingressam regularmente na graduação e pós-graduação, prejudica a elaboração de atividades, quais sejam, que envolvam línguas e culturas, seja no nível individual, sem vínculo institucional, seja no nível da Instituição. Dessa forma, o interesse pelos estudos linguísticos e culturais, que já tendem a se firmar no caminho da utilidade, da legitimidade e da empregabilidade, restringe-se a um cenário artificial, que prioriza as línguas ditas “modernas” (mas que preferimos chamar de hegemônicas no Brasil) sem saber, de fato, como é o entorno linguístico e cultural.

Após a geração de dados inicial, os nomes e contatos institucionais dos possíveis candidatos posteriormente receberam um questionário que tem como objetivo traçar um perfil pessoal, acadêmico e linguístico, como segue no exemplo abaixo:

Questionário – (pós)graduação de mobilidade[9]
Nome e sobrenome  
Idade  
Local de nascimento (cidade e país):  
Local de residência (cidade e país):  
Se não reside no local de nascimento, quando aconteceu a mudança?  
Morou em algum outro lugar? Por quanto tempo?  
Onde fez ensino fundamental e médio?  
Universidade de origem (Faculdade, Curso):  
Unidade/Faculdade e Curso na USP:  
Fez outra formação universitária antes:  
Fez outra mobilidade acadêmica antes:  
Passará quanto tempo no Brasil?  
Está desde quando no Brasil?   
Quais são as línguas faladas na sua família:
  1. pai e mãe
  2. avós
  3. outros familiares que falem língua diferente
 
Quais são as línguas faladas na sua cidade/país?  
Quais línguas você estudou?
  1. na escola
  2. na universidade
  3. em outros espaços
 
Quais línguas você já usou ou usa na Universidade?
  1. ler
  2. estudar para as disciplinas
  3. escrever trabalhos
  4. socializar
 
Você já ensinou alguma língua na sua vida, mesmo que não-oficialmente?  
Se sim, quais, por quanto tempo e por quê?  
Você gostaria de realizar alguma atividade sobre as línguas e culturas de seu país de origem/residência?  

Este questionário foi elaborado com base em seguintes exemplos: cartilha “Alunos imigrantes na Escola: apoiando o desenvolvimento emocional e acadêmico de alunos imigrantes” da Cáritas Brasileira com a autoria da professora Ana Beatriz Barbosa de Souza (2019); livro “Cursos de português como língua estrangeira no Celin-UFPR: práticas docentes e experiências em sala de aula”, organizado por Bruna Pupatto Ruano, Jovania Maria Perin Santos, Lygia Maria Leite Saltini e publicado pela Editora UFPR em 2016 e o guia “European Language Portfolio”, organizado por Little e Perclova inicialmente em 2001. Ao preencher o questionário, o interessado em partilhar seus conhecimentos entra em contato com a equipe do projeto que inicia o processo de preparação de uma oficina a ser utilizada para o ensinar a língua e cultura que a pessoa desejar, seguindo os pressupostos teóricos acima comentados e a experiência e disposição de quem ministrará a atividade.

No que se refere ao mapeamento externo, aproveitou-se da experiência constituída nos mapeamentos de espaços de ensino de línguas chamadas orientais, clássicas e alemão no território do município de São Paulo e sua zona metropolitana na disciplina da Metodologia de Ensino na Faculdade da Educação da USP, apoiando-se nos procedimentos de desocultamento, isto é, visibilização de comunidades de fala menos reconhecidas estipulados no texto de Camargo e Puh (2020). A ela, vinculamos o mapeamento dos grupos de imigrantes ou ligados à temática migratória, feito pela Coordenação de Políticas Para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo[10], que contém informações importantes para nos auxiliar nessa primeira fase de levantamento de grupos e instituições.

A maioria das informações sobre as ONGs, Coletivos e outras iniciativas foi obtida obtidas através desse documento, que fez o cadastramento dessas entidades relacionadas à migração através da divulgação de um formulário para ser preenchido pelas próprias entidades. Tal metodologia acabou gerando dados parcialmente correspondentes à realidade existente quando se pensa nos agrupamentos étnico-linguísticos, muito provavelmente devido à forma de divulgação. O documento continha aproximadamente 70 grupos, porém tratando-se de uma cidade com o tamanho da capital paulista, consideramos que este ainda não representava toda  a diversidade cultural e linguística. Analisando mais a fundo essas organizações, percebeu-se que a grande maioria é focada em migrantes latino-americanos, europeus e africanos, não possuindo registro de migrantes chineses, japoneses ou coreanos, que são também proeminentes na cidade de São Paulo. A fim de localizar esses grupos, foi preciso procurar individualmente em sites específicos, comunitários ou estatais, como: o Centro Brasileiro de Língua Japonesa, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social, o Consulado da Coreia do Sul, e o Instituto Confúcio, e assim foi possível ter acesso a instituições desses grupos. Percebeu-se que o censo feito através de um questionário eletrônico não atinge todas as comunidades de migrantes, sendo uma opção viável e paralela à pesquisa direta com essas pessoas e organizações.

Após isso é solicitado que seja encaminhado o questionário com o objetivo parecido ao do mapeamento interno, visando entender melhor o perfil pessoal, escolar e linguístico dos imigrantes na cidade de São Paulo.

Questionário – Imigrante
Nome e sobrenome  
Gênero:  
Idade  
Estado civil:  
Se casado, indicar a naturalidade do cônjuge  
Tem filhos:  
Local de nascimento (cidade e país):  
Local de residência (cidade e país):  
Quando se mudou para o Brasil?  
Morou em algum outro lugar? Por quanto tempo?  
Onde fez ensino fundamental e médio?  
Tem formação universitária? Se sim, em que área:  
Quais são as línguas faladas na sua família:
  1. pai e mãe
  2. avós
  3. outros familiares que falem língua diferente
 
Quais são as línguas faladas na sua cidade/país?  
Quais línguas você estudou?
  1. na escola
  2. na universidade
  3. em outros espaços
 
Quais línguas você já usou ou usa no seu dia-a-dia no Brasil?
  1. para trabalhar
  2. para interagir 
 
Você já ensinou alguma língua na sua vida, mesmo que não-oficialmente?  
Se sim, quais, por quanto tempo e por quê?  
Você gostaria de realizar alguma atividade sobre as línguas e culturas de seu país de origem/residência?  

Primeiras conclusões

No primeiro momento do projeto chegou-se a esses resultados e conclusões, privilegiando a reflexão teórico-metodológica sobre as implicações dos processos de internacionalização, migração e mobilidade no contexto universitário e municipal e a criação de instrumentos de mapeamento e definição de perfil linguístico que nos possibilitarão encontrar candidatas e candidatos dispostos a realizarem oficinas educativas que será a nossa principal preocupação no segundo momento do projeto, entre março e agosto de 2021.

Além dessas primeiras considerações, percebemos como a questão da internacionalização não é estável e nem unânime para as universidades brasileiras, e que a maioria das intenções, quando o assunto é internacionalizar-se, orbitam em torno da mobilidade acadêmica. Entretanto, por mais que seja uma variante dentro da equação, como identificamos, não é a única. As próprias cidades e universidades possuem esse caráter multicultural, e que faz parte de um projeto de internacionalização abrangente incluir esses outros agentes e essas outras instituições que não fazem parte apenas do corpo discente e docente das universidades, potencializando a já existente internacionalização “em casa”. Sendo assim, as atividades de ensino-aprendizagem que organizaremos inserem-se nessa perspectiva, de estabelecer uma comunicação e integrar esses dois espaços.

Entretanto, é necessário manter em mente que não é exclusividade dos projetos de ensino/extensão promover a internacionalização. Existem diversos tipos de iniciativas que podem ser inseridas nesse contexto para atingir e promover essas comunidades linguísticas, como por exemplo, auxílio jurídico, Direitos Humanos, acolhimento social, orientações profissionalizantes e divulgações culturais, além do próprio ensino de línguas. E isso é muito importante, já que a cultura é essencial para uma um bom mapeamento e promoção, e são nesses Centros Culturais, Associações e ONGs que esses aspectos são evidentes. Visando isso, torna-se também importante colocar esses tipos de organizações em pontos chave das pesquisas sobre internacionalização e o ensino de línguas, já que são nesses lugares que se cultiva e perpetua boa parte do conhecimento. Esse apoio científico é primordial para essa expansão do conhecimento que, geralmente, permanece exclusivo entre os próprios membros dessas comunidades linguísticas.

Nesse contexto, prevê-se a efetivação de colaborações com projetos e instituições com objetivos parecidos, sendo o projeto “Línguas em diálogo” da Universidade Federal do Paraná um dos possíveis e necessários parceiros para a efetivação de troca de experiências, conhecimentos e atividades que fortalecerão a atuação da Universidade brasileira em prol da sustentação da condição pós-monolíngue, tão atual no Brasil de hoje. Espera-se que os frutos deste trabalho sejam divulgados por meio de eventos e produções escritas como esta.

Bibliografia:

BIANCO, Joseph Lo. Language Policy and Planning. In: HORNBERGER, Nancy H.; MCKAY, Sandra Lee. Sociolinguistics and Language Education. UK: British Library, 2010.

CAMARGO, K; PUH, M. “Ver o invisível”: patrimônio da imigração croata em São Paulo.

SOUZA, Ana Beatriz Barbosa de. Alunos imigrantes na escola apoiando o desenvolvimento emocional e acadêmico de alunos imigrantes. Brasília: Caritas Brasileira, 2019.

Revista de Estudos Interdisciplinares, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 24-43, mar./abr. 2020.

JESUS, Paula Clarice Santos Grazziotin de Jesus. Política e Planejamento Linguístico para a Ciência e Educação Superior: Possibilidades do multilinguismo para a produção e a difusão de conhecimento; tese de doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina, 2018.

KRAUSE-LEMKE, Cibele; PUH, Milan. Produção acadêmica em estudos eslavos no Brasil: balanços e perspectivas para o fomento de novas propostas de cooperação internacional. Revista Fórum Linguístico, v.18, n.1, p. 5675-5688, 2021.

LIMA, Manolita Correia; MARANHÃO, Carolina Machado Saraiva de Albuquerque. O sistema de educação superior mundial: entre a internacionalização ativa e passiva. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 14, n. 3, p. 583-610, 2009.

Little, D & Perclova R. The European Language Portfolio: A guide for teachers and teacher trainers. Strasbourg: Council of Europe, 2001.

LUCE, Maria Beatriz; FAGUNDES, Caterine Vila; GONZÁLEZ MEDIEL, Olga. Internacionalização da educação superior: a dimensão intercultural e o suporte institucional na avaliação da mobilidade acadêmica. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 21, n. 2, p. 317-339, jul. 2016.

OLIVEIRA, Gilvan Muller de. Virada Polìtico Linguística e a Relevância Social da Linguística e dos Linguistas. In: Relevância Social da Linguística. São Paulo: Parábola, 2007.

PEREIRA, Lauro Sérgio Machado; SILVA, Kleber Aparecido da; GUIMARÃES, Renata Mourão. Internacionalização da educação como prática translíngue: parâmetros e proposições para a formação crítica de professores de línguas. Revista X, [S.l.], v. 15, n. 1, p. 202-226, may 2020.

PUH, Milan. Folclore como ação educativa na constituição de políticas linguísticas em e para comunidades rurais de origem ucraniana na Croácia e no Brasil; tese de doutorado. USP: s.n., 2017. 558 p.

PUH, Milan. Produção acadêmica em estudos eslavos no Brasil: internacionalização e os desafios para o ensino e a pesquisa institucionais. Relatório de estágio pós-doutoral. Universidade do Centro-Oeste do Paraná, 2018.

PUH, Milan. Concepções de leitura entre o Oriente e Ocidente: Ensino de língua russa na Ásia Central. In: Riolfi, Cláudia; Barzotto, Valdir Heitor. (Org.). Leituras Errantes. 1ed.São Paulo: Paulistana, 2019, v. 1, p. 184-197.

PUH, M. “Tudo junto e misturado?”: as contribuições e os limites do multiculturalismo no ensino de línguas. Revista El Toldo de Astier: propuestas y estudios sobre enseñanza de la lengua y la literatura, La Plata, Universidad Nacional de La Plata, ano 11, n. 20-21, p. 415-432, 2020.

RUANO, B. P.; SANTOS, J. M. P.; SALTINI, L. M. L. Cursos de português como língua estrangeira no CELIN – UFPR: Práticas docentes e experiências em sala de aula. Curitiba: Editora UFPR, 2017.

SEIFFERT, AP. Censo, Diagnóstico, Inventário e Observatório Linguísticos: aspectos metodológicos e papel político-linguístico. Tese de Doutorado. DLLV, UFSC, 2014.


[1] Para maiores informações sobre a conceitualização destes conceitos, conferir o trabalho de Pereira, Silva e Guimarães (2020) em que se explora a internacionalização da educação enquanto prática translíngue.

[2] https://www.facebook.com/missao.imigrante/

[3] https://www.facebook.com/ProMigra/#_=_

[4] http://www.missaonspaz.org

[5] https://www.veredaspsi.com.br

[6] https://educarparaomundo.wordpress.com

[7] Último acesso no dia 20/01/2021: (http://www.usp.br/internationaloffice/index.php/convenios/instituicoes-conveniadas/)

[8] A categorização proposta para esta e a seguinte tabela apresenta duas especificidades que precisam ser mencionadas. Primeiramente, a divisão do continente americano em América do Norte e América do Sul seu deu pelo fato de estarmos falando de uma construção geopolítica que distancia as duas partes, colocando um no Norte Global e outra no Sul Global, prevendo-se aqui uma elucidação o quando a USP é ligada a um desses polos ideológicos. Em segundo lugar, a categoria Outros foi criada porque há convênios que não são mononacionais e há ainda outros que não têm a explicitação de um país na sua descrição.

[9] Os alunos matriculados regularmente recebem um questionário modificado, levando em consideração que o aluno nesse caso está residindo no Brasil e, portanto, a sua relação com o país é diferente.

[10] Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/direitos_humanos/MIGRANTES/2018_mapeamento%20grupos_11_01_19%20FINAL.pdf, último acesso em: 13.02.2021.

Milan Puh,

Deixe um comentário

Logo UFPR

Línguas em Diálogo é um projeto de extensão do curso de Letras da Universidade Federal do Paraná.
CLIQUE AQUI para ver o cadastro do projeto na intranet da UFPR.