O espanhol na Venezuela
- Isabella Caroline do Nascimento da Rosa
- 16-11-2020
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A língua espanhola apresenta uma grande variedade linguística, sendo considerada língua oficial em 20 países. Um deles é a Venezuela, país localizado na América do Sul e que faz fronteira com o Brasil nos estados do Amazonas e Roraima. Seguem abaixo algumas palavras e expressões típicas da região:
- Épale – Olá
- Rumba – Festa
- Pelabola – Sem dinheiro
- Chola – Sandália, chinelo
- Filo – Fome
- Arrecho(a) – Bravo(a), irritado(a)
- Escaparate – Guarda-roupa
- Pana – Amigo(a)
- Chévere – Excelente, legal
- Chamo(a) – Pessoa jovem
- Ricarda – Usado para mulheres bonitas
- Riquiquín – Usado para homens bonitos
- Tombo - Polícia / Policial
- Birra - Cerveja
- Dale pues, si va – Claro, OK
- No le pares – Não preste atenção
- Háblame – Olá, como posso ajudar?
- Cartelúo – Muito bom
Cristóvão Colombo chegou na região no ano de 1498, porém o primeiro povoado espanhol permanente, Cumaná, foi erguido apenas em 1523. O nome do país, Venezuela, “Pequena Veneza”, foi decidido por conta das casas indígenas que ficavam em palafitas sobre a água. A economia colonial se baseava na agricultura, sendo controlada pela Coroa Espanhola. O país foi declarado independente em 5 de julho de 1811.
A Venezuela é uma grande exploradora de petróleo, tendo sido a maior exportadora entre o final dos anos 40 até os anos 70, porém, por conta da recessão econômica dos anos 80 e 90 e de problemas internos, a exploração foi consideravelmente reduzida.
Atualmente o país passa por uma grave crise econômica e social, causando uma grande migração de venezuelanos para o Brasil. De acordo com a UNICEF, foram registradas mais de 178 mil solicitações de refúgio e residência temporária. Segundo a Força Aérea Brasileira, o Paraná é o quarto estado que mais recebeu migrantes venezuelanos, 10,8%, ficando atrás do Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.
Para entender melhor a situação, conversei com um casal de Venezuelanos, Rafael (26) e Aleidy (22), originários da Província de Miranda. Eles estão morando no Brasil há um pouco mais de um ano. Segue abaixo a transcrição da nossa conversa:
Isabella - Como era a vida na Venezuela?
Rafael – A vida na Venezuela era muito difícil, nós mudamos para cá, para o Brasil, porque a economia estava muito, muito, ruim, não só a economia, também a saúde, também era muito perigoso. Principalmente, foi por isso, era muito difícil viver.
Isabella – A situação no país era muito complicada?
Aleidy – Sim, muito. Antes a Venezuela não era assim, quando nós éramos crianças, tinha muitas coisas importadas e muitos estrangeiros, a panificadora era de um português, quem vendia roupa era do Peru, cada loja era de uma pessoa de um lugar diferente, então era um país que tinha muita cultura e tinha de tudo, mas tudo isso desapareceu.
Isabella – Era muito difícil achar emprego?
Rafael – Na verdade não, eu tinha todo tipo de emprego lá, só que o salário de qualquer emprego era muito ruim, não dava para viver.
Isabella - E por que vocês escolheram o Brasil?
Rafael – Foi poque recebemos ajuda da nossa igreja e de um empresário que tem convênio com uma empresa aérea do Brasil, ele estava ajudando venezuelanos a saírem da fronteira para certas partes do Brasil. Conversamos com ele na Venezuela e já sabíamos que iríamos chegar em Curitiba, estávamos em contato com pessoas daqui que iriam nos receber e também pesquisamos.
Aleidy – Eu pesquisei muitas cidades do Brasil, porque, na verdade, o que se ouve fora do Brasil é que o país é muito perigoso, então eu não queria sair de um país que era muito perigoso para entrar em outro país perigoso. Então eu pesquisei muitas cidades e gostei muito daqui. Era Curitiba ou Florianópolis, mas falei para ele [Rafael] que tenho muito medo de morar perto do mar, não sei, pode acontecer alguma coisa.
Isabella - O processo de adaptação foi, ou está sendo muito difícil?
Rafael – Foi fácil para nós.
Aleidy – Um pouco difícil é o idioma, entender é fácil, nós entendemos tudo, mas falar é mais complicado. Tem muitas palavras que, por exemplo, vocês falam ‘emprestar’ que em espanhol é uma palavra feia, é um erro ortográfico, para nós é apenas ‘prestar’. Existem muitas palavras que para nós não faz sentido.
Isabella – Você [Aleidy] veio com sua família, certo?
Aleidy – Nós chegamos com minha mãe e meus irmãos e meu padrasto, depois chegou o restante da família.
Isabella – E para eles, está sendo fácil a adaptação?
Aleidy – Para meus avós, não, eles já estão na terceira idade, então é bem difícil. Para minha vó o idioma é um problema, e ela é jornalista, trabalhou em jornais e muita coisa, ela sabe falar italiano, mas o português ainda está complicado. Meu avô é engenheiro civil, então ele quer aprender, nós começamos um curso de português na Universidade Federal, mas achamos muito difícil, achávamos que seria desde o começo, como era na escola, mas não foi assim, então eles ficaram meio chateados
Isabella – O que mais sente falta do seu país?
Rafael – Das praias.
Aleidy – Nós morávamos em uma cidade que a praia é bem perto, uns 40 minutos. Mas sinto falta das praias e da cultura, às vezes faz falta, porque quando vou falar, tenho que falar português, só falo espanhol com a minha família, mas do resto é tudo legal.
REFERÊNCIAS
https://hridiomas.com.br/conheca-51-girias-da-venezuelanas-regionalismos-de-venezuela/. Acessado em 18/10/2020
https://www.bomespanhol.com.br/girias/paises/venezuela. Acessado em 18/10/2020
https://www.trustedtranslations.com/spanish-language/translation-to-spanish/venezuelan.asp. Acessado em 18/10/2020
https://www.britannica.com/place/Venezuela. Acessado em 19/10/2020
https://www.unicef.org/brazil/crise-migratoria-venezuelana-no-brasil. Acessado em 22/10/2020
http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=102638&tit=Cresce-numero-de-migrantes-e-refugiados-que-buscam-recomeco-no-Parana. Acessado em 22/10/2020
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